EFE
25 de mar. de 2014
Espanha, Portugal e Brasil vêem na Internet uma porta para a China
EFE
25 de mar. de 2014
Xangai (China) – Os 36 fabricantes de calçados da Espanha, de Portugal e do Brasil, que participam nesta semana da terceira edição do salão theMicam Shanghai, que se consolida como a feira de referência para o produto top de gama no gigante asiático, vêem na Internet mais um caminho para abrir mercado na China.
A própria organização da feira, irmã asiática do encontro milanês theMicam, a maior feira mundial do setor, favorece nesta edição os contatos dos participantes com distribuidores chineses do ramo, em um dos países onde o comércio eletrônico adquire cada vez mais importância.
“O comércio eletrônico está cada vez mais importante na China, e muitos expositores estão interessados”, disse à Efe Fabio Aromatici, membro da mesa diretiva supervisora do theMicam Shanghai.
Por esse motivo, a feira, que estreou em abril passado e que apresenta nos últimos dias as coleções outono-inverno para 2014 e 2015 de 250 fabricantes de produtos top de gama de 12 países, preparou mais de 500 encontros entre distribuidores e compradores chineses.
Nesta edição, Fabio Aromatici destacou a presença de expositores da Espanha (com 12 empresas), de Portugal (com 13) e do Brasil (com 11 empresas), que estão entre os principais produtores mundiais do setor e cujas associações industriais, segundo informado à Efe, cobram cada vez mais consciência da importância do comércio eletrônico na China.
“É um fenômeno irreprimível, que agora se converteu em uma linha de negócios importante, tanto para as vendas em outlets (com desconto) como para as vendas de temporada”, destacou Imanol Martínez, diretor de marketing da Federação das Indústrias do Calçado Espanhol (FICE).
Algumas empresas espanholas também colocaram para funcionar os seus próprios portais de vendas on-line, em alguns casos oferecendo também opções de personalização do calçado, embora ainda se busque entrar nos portais especializados chineses, como o Tmall.com, yihaodian.com e o jd.com.
“É um novo mundo de oportunidades o qual não se pode desdenhar”, resumiu Martínez.
A China já é o décimo quarto mercado para as exportações de calçados espanhóis, com 36,8 milhões de euros em vendas no ano de 2013, 17% a mais que em 2012, e também com um crescimento interanual de 45% em pares vendidos (945.498 pares no ano passado).
“Estamos indo por um bom caminho”, apontou o dirigente espanhol, “além do mais, os chineses estão mais atentos ao sucesso das marcas espanholas na Europa, nos Estados Unidos e no Japão”.
Algo parecido, embora mais devagar, ocorre com o calçado de Portugal, que, há cinco anos começou a despontar no mercado do gigante asiático, agora começa a ser reconhecido por sua origem e valorizado por “sua novidade e por seu design”, disse Fortunato Frederico, da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (Apiccaps).
Segundo Frederico, presidente da Apiccaps, devido à crise, mercados como a China são o “seguro de vida” do setor português, e a própria China acabará como o seu principal mercado “em médio e longo prazo”.
E se a China é o futuro, neste país o futuro encontra-se no comércio eletrônico, que “já é o instrumento com as maiores taxas de crescimento” dentro dos diferentes canais de distribuição no país.
O Brasil, por sua vez, participa com um colorido pavilhão próprio que explora a imagem do futebol e do Mundial 2014, já que ainda não é reconhecido na China como um fabricante destacado no mundo da moda, embora aposte em uma apresentação com identidade própria, especializado nos calçados para uma moda mais informal.
O diretor de projetos internacionais da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Cristiano Körbes, vê “uma evolução muito rápida do mercado chinês, com cada vez mais oportunidades”, tanto no comércio eletrônico como em distribuidores multimarcas, até há pouco tempo inexistentes.
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