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9 de nov. de 2010
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Entrevista: Enio Klein, consultor da Abicalçados

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9 de nov. de 2010

AbicalçadosBrindando o especial dos polos calçadistas do Rio Grande do Sul - encartado no Jornal Exclusivo desta semana -, o consultor de Inteligência Comercial da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Enio Klein, emprestou toda a sua experiência e conhecimento setorial nesta entrevista onde aborda a história da indústria de calçados e de base no Vale do Sinos, fazendo ainda uma avaliação do presente e uma projeção otimista de futuro, porém com ressalvas.

Exclusivo - Como nasce a atividade calçadista no Brasil e, especialmente, na região do Vale do Rio dos Sinos?
Enio Klein - Foi após a Segunda Guerra Mundial, terminada em 1945. Os vencedores (Aliados) criaram o GATT, que daria origem á Organização Mundial do Comércio (OMC), que seria um importante impulso ao comércio internacional. O Brasil passou a exportar, mas também crescer no mercado interno com o governo desenvolvimentista de Jucelino Kubischek, que construiu ferrovias e rodovias ligando todas as partes do País. Até esse momento o grande centro de produção era São Paulo, que ainda colhia os frutos do bom momento do café, e o Rio Grande do Sul, especialmente, a região de Pelotas e Bagé, baseava sua economia em curtumes e charque. Então, ocorrem muitas falências naquela região e o Vale do Sinos se aproveita utilizando a mão de obra em abundância que ia se disponibilizando. Começam a surgir, aqui na região, indústrias especializadas na fabricação de botas e sapatos para homens, de couro. A instalação de indústrias de base, máquinas e componentes em geral, foi fundamental para o desenvolvimento muito rápido do setor. Nos anos 1960 já tínhamos ultrapassado São Paulo na produção de calçados e o crescimento foi, praticamente, ininterrupto até o que chamo de quinquênio trágico, que se compreendeu entre 1994 e 1999 quando, na tentativa de frear a inflação, o governo de Itamar Franco igualou as cotações de real e dólar, provocando uma quebradeira sem prescendentes na indústria calçadista gaúcha, naquele momento quase toda voltada para exportação de calçados. Mais de 100 grandes indústrias fecharam nesse período.

Exclusivo - Depois deste baque do "quinquênio trágico'', quando foi que a indústria da região retomou o fôlego?
Enio Klein - Logo depois. Em 2002, com a Apex, as exportações voltam a ser fortes e o setor se reestrutura com marca e design próprios. Hoje temos um perfil diferente, com indústria voltadas, por segurança, mais para o mercado interno.

Exclusivo - E a crise estourada no último trimestre de 2008 e que se estendeu por parte de 2009, como antigiu o setor no Vale do Sinos?

Enio Klein - A empresas de calçados atingiram uma maturidade, aprendendo que não se pode apostar mais do que 20% no mercado internacional. Dá mais segurança e pulveriza para mais clientes. No exterior, sempre serão menos clientes do que no mercado interno, então será sempre mais arriscado. Essa gestão de mercados e o know how dos empresários foi fundamental para que não sentíssemos tanto os impactos dessa crise internacional.

Exclusivo - Quando foi a primeira exportação brasileira de calçados?

Enio Klein - Foi da extinta Hass Ribeiro, por volta de 1965, com embarque de pequena quantidade de botas de couro gaúchas para os Estados Unidos. Depois veio a Strassburger, que embarcou um número maior e acabou levando a fama de pioneira.

Exclusivo - Atualmente, quais são os principais destinos do calçado brasileiro?

Enio Klein - Enquanto os embarques caem para os Estados Unidos, ampliamos nossa presença em importantes mercados do mundo, especialmente, na Europa, América Latina e África. Sabemos da importância de se diversificar cada vez mais mercado. Hoje o Brasil exporta mais do que produtos, exporta um Brazilian Way Of Life, uma cultura em geral. Estamos sendo muito bem vistos em âmbito internacional, como um país organizado e estável economicamente, como uma boa oportunidade de investimentos.

Exclusivo - Como o senhor avalia a brusca desvalorização do dólar frente ao real, que chegou recentemente ao menor patamar desde setembro de 2008?
Enio Klein - É uma desvalorização preocupante. Estamos com o que se chama de doença holandesa, que se trata de voltar a economia colonial, onde exportávamos nossos commodities e não os manufaturados. Vemos todos os dias notícias de superávit, mas não contam os manufaturados, que são os produtos que realmente geram valor para o país. Espero que isso não perdure, mas é uma situação preocupante não ter uma política industrial forte. Os calçadistas enfrentam muitas dificuldades, mas como disse, hoje já estão maduros e apostando mais no mercado interno.

Exclusivo - As medidas do governo de aumentar alíquotas do IOF para investimentos, com ênfase no aumento de 0,38% para 6% na taxa de margem de garantia para investimentos no mercado futuro somente para estrangeiros, podem ter resultados efetivos ou são medidas paliativas?
Enio Klein - Acho que são tentativas de frear a desvalorização do dólar frente ao real mas, na verdade, acredito que isso pode afastar investimentos positivos, não somente de capital expeculativo. A cotação do dólar depende muito mais de uma política interna dos Estados Unidos. Inclusive o assunto está sendo debatido no G-20, que tem procurado apontar formas de evitar que as oscilações cambiais afentem o comércio mundial, evitando que países utilizem essa ferramenta para disputar mercados.

Exclusivo - Quais são, atualmente, os principais gargalos internos do Brasil?

Enio Klein - Recentemente tivemos o triste episódio da ida da Schmidt Irmãos, de Campo Bom, para a Nicarágua. A empresa migrou justamente pelo total despreparo em termos de legislação trabalhista, tributária e fiscal do Brasil. A atual administração tem pensado na maximização de impostos em detrimento da produção de forma que produzir no Brasil está se tornando inviável. Espero que não ocorra mais, mas é um alerta.

Exclusivo - No período do boom do calçado brasileiro no mercado internacional, despertamos receio dos italianos, que até então dominavam esse mercado. A Itália chegou a adotar medidas protecionistas na época?
Enio Klein - Sim, se assustaram muito, mas nenhuma medida concreta foi tomada. Tentaram denunciar dumping social, mas sem nenhuma comprovação. O grande problema para os italianos é que o Brasil já fazia um sapato de couro, de qualidade e com um preço menor. O único país que chegou a aplicar medidas protecionistas contra o calçado brasileiro foi os Estados Unidos com tarifas diferenciadas. Isso também acabou não sendo empecilho e o calçado brasileiro se tornou cada vez mais forte mundialmente.

Exclusivo - O Vale do Sinos congrega as principais associações brasileiras do setor coureiro-calçadista. Como esse fato influenciou na evolução do cluster local? Enio Klein - As entidades foram e são fundamentais. Temos o setor mais bem estruturado do Brasil pela atuação de cada uma delas. Cada associação, de diferentes segmentos da cadeia, sabem dos seus espaços e não interferem nas outras. Existe uma sinergia muito grande.

Exclusivo - Como surgiu a Abicalçados?
Enio Klein - Ela nasceu a partir da Adical, fundada em 1983. A Adical era uma associação regional, das indústrias do Rio Grande do Sul. Para ter mais força política, principalmente para pleiter uma política cambial mais favorável, cria-se a Abicalçados em 1990.

Exclusivo - Quais são as perspectivas para o calçado brasileiro?

Enio Klein - As melhores possíveis. Somos um País forte, com uma moda cada vez mais identificada com a cara brasileira. Vivemos um momento raro de estabilidade interna com pleno emprego e até falta de mão de obra. Por isso, as expectativas são muitos boas não somente para o setor, mas para a economia em geral.

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