Publicado em
23 de set. de 2009
23 de set. de 2009
Empresas brasileiras buscam se diferenciar para se posicionar no mercado externo
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23 de set. de 2009
23 de set. de 2009
A cada edição de uma feira internacional, torna-se mais visível o amadurecimento das empresas brasileiras quanto à direção que precisam adotar para tornar mais efetiva a sua participação no mercado global. A principal delas é a escolha do posicionamento das marcas, para que realmente sejam diferenciadas da extensa oferta que a indústria calçadista mundial oferece ao um número não tão elástico de compradores.
Calçadistas brasileiros em Milão |
É o que aconteceu na Micam ShoEvent que ocorreu em Milão do dia 16 até sábado (19). Os 44 expositores, cada um à sua maneira, escolheram – ou ainda estão avaliando – um norte para colocar seu produto entre os principais nas prateleiras de lojistas de várias partes do mundo.
Charles Dilly, diretor da marca Dilly (Ivoti/RS), explica que a opção da empresa foi por escolher de modo criterioso o cliente com quem vai trabalhar. Há dois anos que a Dilly vem investindo fortemente na etiqueta, que se destina ao público feminino que consome alta moda. “A cada edição – participamos da Micam desde setembro de 2008 – registramos um crescimento em torno de 100%, mas ainda há muito a desenvolver”, explica o executivo. Hoje, são produzidos 2,5 mil pares dia e exportados 65% deste volume. É um desempenho significativo, tendo em vista que a empresa tinha como foco a fabricação de calçados esportivos.
O mesmo acontece com a Anatomic Gel (Franca/SP). Desde o inicio da atuação no mercado internacional, há quatro anos, o foco sempre foi a conquista de lojistas que atuam com grandes marcas europeias e que valorizam o conceito de conforto de alto padrão, que se tornou a principal característica da marca. Hoje, a empresa tem posição consolidada na Europa e está há vários meses na lista das maiores marcas masculinas na Inglaterra, segundo a Drapers Magazine, revista britânica especializada em calçados. Esta mesma estratégia está sendo adotada para o mercado norte-americano, onde recentemente trocou de distribuidor e passou a escolher os pontos de venda. Moema Pimentel, diretora da Ghetz Limited, que administra as exportações da Anatomic Gel a partir da Inglaterra, onde a Ghetz está localizada, acredita que a crise global oferece um excelente momento para o calçado brasileiro. “As indústrias italianas estão com muitas dificuldades, abrindo espaço para o nosso produto. Porém, as empresas nacionais não podem ser preguiçosas e devem realmente persistir no seu projeto de exportação, adaptando seu produto ao que o mercado precisa, sem abrir mão da sua identidade”, ensina.
O movimento nos estandes também é um indicativo do interesse dos compradores. A Anatomic Gel registrou contatos de visitantes de países como Macedônia, Sérvia, Tailândia, África do Sul, Líbano, além de regiões já tradicionais, como a Europa e América do Norte. A Kildare efetivou sua primeira venda para a Itália e fará visitas pós-feira para a Holanda, Kuwait e Chipre. “Nós temos mercado consolidado na América Latina, mas temos condições de expandir gradativamente para outros destinos”, avalia Alano.
A presença dos expositores brasileiros na Micam é organizada pelo Brazilian Footwear – Programa de Promoção às Exportaçoes promovido pela Abicalçados com o apoio da Apex-Brasil. No pavilhão 4 da FieraMilano, estiveram 16 empresas. Biondini, Cappelli Rossi, Carrano, Dilly, Malu Super Comfort, Miucha, Monacci/Cláudia Mourão, Stéphanie, Werner, Wolpco, Satryani, Pararaio, Andacco, Século XXX, Maria Beatriz e Raphaella Booz.
Individualmente expuseram Anatomic Gel, Betarello, Bibi, Democrata, Rider, Pampilli, Radames, Dagatinha, Ferrucci, Sapatoterapia, Via Uno, Studio Tmls, Pyramidis, Villione, Miezko, Cristófoli, Dumond, Tanara, Kildare e West Coast. No espaço Visitors, destinado a marca de alta moda, Capodarte, Alexandre Birmann, Débora Germani, Lele Pyp e Confraria Studio, Luiza Barcelos e Cavage.
Mesmo com crise, há otimismo junto aos italianos
Na tradicional conferência internacional de Imprensa, Vito Artioli, presidente da Associação Italiana de Calçadistas (ANCI), destacou que a Micam está acontecendo após um longo período de dificuldades, mas que “o setor está habituado a trabalhar crise após crise, sabendo reagir e manter-se competitivo”. Segundo ele, os resultados destes esforços estão nos números da Micam: são 1,6 mil expositores, sendo que 589 são procedentes de 31 países. Nos dois primeiros dias, a mostra recebeu 26 mil visitantes. “Temos que perguntar por que, apesar de tudo, a Micam continua líder global como feira de calçados? É porque desenvolvemos muitos projetos importantes em parceria com os setores público e privado, porque as empresas expositoras são protagonistas com suas belas coleções e a feira se reconfigura a cada edição”.
Como exemplo, apontou o projeto que a ANCI está desenvolvendo com a Aple para promover a venda de calçados italianos através do IPod. Quando estiver concluído, todos os associados poderão utilizar o sistema. Outro destaque é a vinda de 120 delegações estrangeiras para participar da Micam, vindas com o apoio do Instituto Italiano para o Comércio Exterior.
As edições de 2010 da Micam acontecerão de 02 a 05 de março e 15 a 18 de setembro.
Elizabeth Renz - ASCom Abicalçados/Brazilian Footwear
21 de setembro de 2009
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