Garantir que aquele produto interessante, vendável e lucrativo saia da linha de produção exatamente como planejado pelo estilista não é uma tarefa das mais fáceis. Uma das principais dificuldades é garantir que os componentes certos estejam à disposição na hora de produzir. Em alguns casos, a criação é invertida para aproveitar um material que valorize o produto final.

Equilibrar entrada de material e saída de produtos é o campo de atuação da especialização em gerenciamento da cadeia de suprimentos (ou supply chain), uma área em que administração de empresas e engenharia se encontram para garantir o bom funcionamento das indústrias.


A professora doutora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Ana Beatriz Lopes de Sousa Jabbour, explica a importância da disciplina: “Independentemente do setor industrial, a falta ou atraso na entrega de matérias-primas compromete a programação das operações de um sistema de produção. Entre as consequências, pode-se destacar: parada de linha e baixa produtividade da linha de produção. Isso sem falar nos custos adicionais para reprogramar a entrega ou buscar fontes alternativas de suprimentos”.

DeMillus, confecção de moda íntima fluminense, produz rotineiramente mais de 4 mil modelos em suas duas fábricas, mas um componente é comum a quase todos eles: a microfibra de poliamida. Por este motivo, optaram por manter uma fábrica exclusiva dedicada a fornecer microfibra para cada uma das confecções da empresa (fotos 1 e 2).

Já quem trabalha com materiais exóticos tem que ter outro tipo de cuidado. Jorge Bischoff, empresa calçadista gaúcha, importa as peles de cobra e as beneficia em um curtume credenciado para poder fabricar cerca de 100 pares de calçados em couro de cobra por dia.  O produto encontrou espaço no mercado, mas devido à complexidade no fornecimento, é preciso manter um estoque de vários meses, e ter o acordo do Ibama (foto abaixo).



Fotos: Divulgação
Daniel Bender