Terra
10 de mar. de 2010
Chanel coloca modelos no meio de blocos de gelo em Paris
Terra
10 de mar. de 2010
O estilista Karl Lagerfeld colocou literalmente o inverno Chanel 2010-2011 numa fria. Blocos de gelo de verdade derretiam na passarela na terça-feira (9), em Paris, por onde as modelos desfilaram como se saíssem de iglus ou quisessem mostrar as consequências do aquecimento global, como o derretimento dos icebergs.
Desfile da Chanel. Foto: Pixel Formula |
Com botas, casacos, calças e jaquetas de pele, as moças andavam espirrando a água derretida pelo chão. Um inverno rigoroso, com cores que iam do preto ao branco, passando por marrons e cinza, mas com algumas peças trabalhadas com um pouco de brilho. A pele, algumas falsas outras não, apareceram em praticamente todas as peças. O tradicional casaquinho do tailleur da marca em lã tweed ganhou a companhia de saia curta e bota de pele. Shorts, calças maxicoletes, bolsas e gorros também foram feitos com pele. O tricô também veio forte. Houve espaço ainda para vestidos de coquetel, sempre com releituras atualizadas ao estilo Chanel.
Proteção
Na segunda-feira, o estilista Stefano Pilati também apresentou releituras de clássicos da grife Yves Saint-Laurent, mas com uma pegada austera quase monástica, com alguns looks lembrando hábitos de freiras, inclusive com o tradicional acessório na cabeça. O italiano disse nos bastidores que não havia nada de religioso, mas queria passar a ideia de proteção. Tal proteção pode ter servido de inspiração também para as capas de chuva transparentes que cobriam algumas peças, na maioria em preto, branco e cinza, com a inclusão de roupas mais coloridas ao final do desfile, em azuis, amarelos e rosa, por exemplo.
Desfile de Yves Saint Laurent. Foto: Pixel Formula |
Como a pegada sportswear está forte nas coleções em geral, Pilati também soube trazer a tendência nos looks revisitados dos anos 1970, como as calças de cintura alta, os blazers com ênfase nos ombros e em vestidos mais retos e com o tradicional masculino-feminino traduzido em laços que lembrava uma gravata branca enorme. E como que para mostrar que a história monástica talvez fosse só impressão, tecidos transparentes, com bodies ou não por baixo, também estavam lá. Uma grande exposição sobre a obra de YSL no Petit Palais começa oficialmente nessa quinta.
New hippie
A grife Kenzo, desenhada por Antonio Marras, também bebeu de fonte própria e levou para a passarela roupas inspiradas nos anos 70, que vestiram personalidades da época. O apelo hippie, agora revisitado e revisto, trouxe peças com flores, misturadas a listras e xadrezes, criando um patchwork de estampas que lembram as da época. O estilo bohemian chic vem com peças largas e compridas dando ideia de liberdade, tão em voga naquela década.
Desfile de Kenzo. Foto: Pixel Formula |
Rosângela Espinossi
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