Exclusivo
20 de out. de 2010
Calçadistas brasileiros à espera de 800 milhões de pares
Exclusivo
20 de out. de 2010
Mesmo com o dólar em queda, os calçadistas brasileiros nem pensam em desistir do mercado externo. Um dos motivos vem da Ásia, onde deve surgir uma brecha produtiva, em um futuro não muito longe, conforme órgãos internacionais e entidades. E toda esta expectativa está depositada na China, que, por uma série de fatores, deve ter a produção estabilizada, gerando demanda de pelo menos 800 milhões de pares para outros países produtores.
Certo de que o Brasil tem tudo para abocanhar uma fatia desta produção, o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, disse que “o melhor e maior pedaço deste bolo, vai vir para nós”. Vale lembrar que a produção nacional é em torno de 800 milhões de pares, 126,5 milhões exportados.
Considerando que a China produz 10 bilhões de pares/ ano (61% da produção global) e exporta cerca de 8 bilhões de pares, se deixar de atender 10% dos pedidos do comércio internacional significará 800 milhões de pares que precisam ser atendidos para não haver colapso no suprimento de calçado. “Nenhum dos polos produtores mundiais, mesmo somados, tem condição de atender tal volume.” Órgãos das Nações Unidas confirmam o cenário de estabilização, o que pode ser em dois ou dez anos.
EM DOSES - Fornecer calçados de qualidade e quantidades menores são as armas dos produtores de calçados do Brasil para enfrentar a competição chinesa. “O preço (China) não compensa o custo de armazenar o excedente após o encerramento de uma estação. Então, comprar do Brasil torna-se mais viável”, disse Magale Kich, do departamento de exportação da Calçados Ramarim, durante a GDS, feira em Düsseldorf, na Alemanha. Como o processo de produção brasileiro é versátil, há a flexibilidadede apresentar uma nova coleçãoa cada 20 dias.A Ramarim, de Nova Hartz, produz cerca de 50 mil pares/dia, 10% enviado ao exterior.
EXEMPLO - O não cumprimento de prazos de entrega pela China também pode ser um ponto a favor para os calçadistas nacionais.O Brasil teve este gostinho em março e abril, meses de pico elevado nas exportações. Os asiáticos não conseguiram fazer as entregas e os importadores vieram correndo para as fábricas brasileiras, que conseguem dar respostas rápidas aos pedidos.
Brasil é disparado o melhor
Com a nova demanda, os reflexos serão diretos nas fábricas brasileiras, que terão crescimento na ocupação da capacidade e aumento das exportações. “O Brasil é disparado o país com melhores condições de atender os pedidos internacionais”, garantiu Heitor Klein, citando a estrutura das fábricas, tecnologia, produção de insumos e preços adequados para disputar parte desta fatia de 800 milhões de pares.
Copyright © 2024 Exclusivo On Line. Todos os diretos Reservados.