16 de out. de 2018
C&A e Malwee lideram o ranking do Índice Transparência Brasil
16 de out. de 2018
Na primeira edição brasileira do Índice de Transparência da Moda, a C&A e a Malwee ficaram no topo do ranking, com 53 e 51% dos pontos, respectivamente. Foram avaliadas vinte marcas e varejistas da moda, selecionadas de acordo com critérios de diversidade setorial e representatividade no segmento de atuação, e a pontuação geral média foi 17%, ou 41 de 250 pontos possíveis.
"Ter uma das marcas da companhia avaliada e bem posicionada no Índice de Transparência da Moda Brasil 2018 mostra que estamos no caminho e reflete o posicionamento que é adotado pelo Grupo Malwee na gestão de todas as suas marcas. Mas os nossos desafios continuam e a nossa responsabilidade só aumenta, com o compromisso de fazer da moda um agente importante de transformação", afirma Guilherme Weege, CEO do Grupo Malwee.
O principal indicador da pesquisa é a transparência da indústria e as marcas são pontuadas de acordo com a forma que comunicam suas atividades ligadas à responsabilidade socioambiental ao público. Para compor o resultado, o índice avalia a disponibilidade de informações oferecidas pelas empresas em cinco categorias: "Políticas e Compromissos", "Governança", "Rastreabilidade", "Conhecer, Comunicar e Resolver" e "Tópicos em Destaque".
Além de C&A e Malwee, as marcas que pontuaram foram, em ordem crescente, Pernambucanas (10%), Marisa (13%), Farm (15%), Animale (15%), Hering (17%), Riachuelo (23%), Renner (26%), Osklen (34%), Havaianas (36%) e Zara (40%).
Dentre as 20 grandes marcas e varejistas pesquisadas, oito foram consideradas não transparentes, já que obtiveram pontuação final igual a 0%. Isso não significa, necessariamente, que elas não tenham boas práticas e iniciativas, mas que, no momento da pesquisa, não compartilhavam publicamente nenhuma informação sobre os temas investigados.
Foram consideradas não transparentes, obtendo pontuação final igual a 0%: Brooksfield; Cia Marítima; Ellus; John John; Le Lis Blanc Deux; Melissa; Moleca e Olympikus.
A gestora do projeto e diretora educacional do Fashion Revolution Brasil, Eloisa Artuso, explica que há ainda um longo caminho do setor rumo à transparência:
"As informações sobre as cadeias de fornecimento ficam frequentemente escondidas nos sites, hospedadas em sites externos, em relatórios anuais de mais de 300 páginas ou simplesmente não estão disponíveis. Como é possível tomar melhores decisões sobre o que compramos, quando a informação é totalmente ausente ou apresentada de maneiras tão variadas e difusas?
O estudo começou em 2016, como uma inciativa do Fashion Revolution global. Em sua edição brasileira, o Índice foi promovido pela equipe do Fashion Revolution Brasil, em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces) e com a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex).
Quatro marcas que também foram analisadas pelo Índice global de 2017 - C&A, Casas Pernambucanas, Renner e Zara - revelaram um crescimento médio de 38% em seus níveis de transparência, de um ano para cá. Esse dado pode ser uma indicação de como o relatório estimula, na prática, que as marcas publiquem mais informações socioambientais. Algumas das conclusões observadas nos relatórios do Índice global, também se refletiram na análise brasileira; entre elas, a maior visibilidade dada a valores e crenças das marcas, em detrimento de ações e resultados concretos. Um exemplo disso é que as 12 respondentes pontuaram em políticas relativas aos direitos humanos, o combate à discriminação e ao trabalho forçado ou análogo a escravo e infantil, mas apenas sete pontuaram na seção de rastreabilidade na cadeia de fornecimento.
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