21 de mai. de 2018
Arquiteta ensina a montar uma loja de sucesso
21 de mai. de 2018
Não basta ter um bom produto e ótimos vendedores. A eficácia de um ponto de venda está também diretamente relacionado com a arquitetura do ambiente. É no que aposta a Kube Arquitetura, que assina espaços de marcas como Outer Shoes, a loja e o café do AquaRio e das Paineiras. Em 2017, o escritório entregou 38 projetos. Em junho, a arquiteta Juliana Neves, titular da Kube, e Luiz Antônio Secco, conhecido por seu trabalho de anos à frente da Mesbla e hoje sócio-diretor da Azov, vão ministrar uma palestra em Ipanema sobre “Como Montar Uma Loja de Sucesso”, falando sobre suas experiências no mercado do varejo e o que acreditam ser o futuro deste mercado.
Os dois defendem que hoje, para atrair clientes de volta às lojas, é necessário que a compra se torne uma experiência que vai muito além do ato mecânico de procurar, pagar e levar a mercadoria. Para isso, a arquitetura sensorial lança mão de texturas, aromas, cores e conforto que geram identificação e prazer.
Juliana explica que o arquiteto voltado para espaços comerciais desenvolve reportórios e soluções específicos, como, por exemplo, já criar um ambiente que poderá ser replicado facilmente caso aconteça a expansão da marca e a criação de franquias:
"Precisamos, por exemplo, fazer uma loja que priorize a venda do produto. Nós fazemos a loja para 5 anos, é natural que o cliente mude de ideia, teste produtos, volte com ideias antigas. É necessário ter a manha de repertório que flexibilize o mix de produtos do cliente ao longo do tempo".
Ela conta que opta por desenhar cada peça expositora, luminárias, para que tudo fique com a cara da marca:
"Painel Canaletado é um exemplo, muitas marcas utilizam como solução, mas todas ficam com a mesma cara. Outra coisa é iluminação, arquiteto comercial tem iluminação com foco na iluminação do produto, e, para isso, é necessário criar sombras. É diferente da iluminação residencial, que prima por aconchego, conforto, cenários...".
Juliana, que será responsável pelo projeto da loja do novo Zoológico e da loja do primeiro museu do biquíni do mundo, a ser inaugurado em 2019 na Alemanha, explica ainda que é preciso levar em conta o fluxo de passantes na porta da loja porque muitas vezes o público, a depender do horário, do dia da semana, muda muito:
"Um exemplo bom é uma livraria, com público alvo variado onde todo mundo é cliente. O arquiteto comercial precisa desenhar o mobiliário de vitrine que ajude o lojista a vender para aquele público naquela hora. Os expositores precisam ser flexíveis para mudar o que está sendo exposto de acordo com quem passa, com o público daquele shopping, daquele bairro, daquele horário".
Por fim, ela resume que não basta que um arquiteto tenha bom gosto na hora de levantar um projeto comercial:
"Precisamos sempre nos preocupar com o que o cliente vê assim que chega na loja: balcão, sofá, provador, produtos. Isso tudo impacta diretamente na venda" .
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