Europa Press
3 de nov. de 2014
Argentina acusa Procter & Gamble de fraude fiscal e diz ter suspendido operações
Europa Press
3 de nov. de 2014
Reuters/EP – A Argentina acusou a Procter & Gamble, maior fabricante mundial de bens de consumo, de fraude fiscal e disse ter suspendido as operações da empresa no país, de acordo com um comunicado emitido no domingo (2) pela autoridade tributária argentina (Afip).
Não ficou claro qual é o significado da suspensão imposta pelo governo e a companhia não quis comentar se suas operações chegaram a ser interrompidas.
A Argentina acusou a empresa de superfaturar 138 milhões de dólares em importações para assim conseguir retirar dinheiro do país, segundo o comunicado, publicado no site da Presidência argentina.
"A P&G canalizou dinheiro para o estrangeiro e escondeu receitas que eram sujeitas a impostos na Argentina", disse o texto. "Temos que dar um fim a esses truques usados por companhias internacionais", acrescentou o comunicado.
O porta-voz da Procter & Gamble, Paul Fox, disse que a companhia está trabalhando para entender plenamente as acusações e para resolvê-las.
"Não buscamos práticas de planejamento fiscal agressivas, já que simplesmente não produzem resultados sustentáveis", disse ele, acrescentando que a produtora de bens de consumo valoriza o seu relacionamento com a Argentina e seus consumidores.
A Procter & Gamble opera na Argentina desde 1991 e atualmente possui três fábricas e dois centros de distribuição no país.
Em 2006, a companhia, com sede nos EUA, cedeu a pressões do governo argentino para congelar o preço de 31 produtos, entre xampus, sabonetes e cremes, por pelo menos um ano, como parte dos esforços para combater a inflação.
A companhia, que não destrincha seus rendimentos por país e sim por região, informou em seu relatório anual 2014 que a América Latina contribuiu com 10% de todo o rendimento da empresa. A P&G relatou vendas líquidas de 83,1 bilhões de dólares em 2014.
A Argentina tem restringido o acesso à moeda estrangeira numa tentativa de manter as reservas de seu Banco Central, que caíram 17% nos últimos 12 meses, para cerca de 28 bilhões de dólares.
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