Dominique Muret
31 de jan. de 2017
Alta-Costura: Hyun Mi Nielsen, um novo nome promissor
Dominique Muret
31 de jan. de 2017
Vestida com um vestido corselet de musselina branca coberta com uma túnica transparente com mangas infinitas, calçada com botas tipo militar, uma jovem amuada, sentada sobre uma cama desfeita. Coração partido? Melancólica? O tom foi dado, reforçado por uma música sombria que recebe as manequins marchando como em câmara lenta, como se estivem congeladas em seus pensamentos. Para seu primeiríssimo desfile, a etiqueta Hyun Mi Nielsen, membro convidado da Semana da Alta-Costura de Paris, marcou os espíritos no dia de encerramento, na última quinta-feira.
Os cabelos curtos ou longos e soltos, uma fita preta em torno do pescoço, as jovens de rosto atormentado são atravessadas de inquietantes sombras coloridas, uma mancha azul em uma orelha, boca enegrecida, rosto mascarado, pontas dos dedos marcadas por um vermelho sangue... Elas portam roupas que parecem ter sido esculpidas nelas.
Tomando a forma do corpo como este vestido justo de couro preto perfurado ou esses vestidos nuvem de tule inflados para se adequar às sobreposições e jogos de babados fabricados a partir de listras de organza desgastadas, a fim de dar um efeito de pluma. Sobretudos, casacos ou calças de couro são adornados com aplicações de pele em tons contrastantes simulando bordados.
"É uma coleção muito pessoal, onde exprimo minha própria voz. Ela corresponde a um momento triste da minha vida depois de uma demissão, no qual eu me questionei", explica ao FashionNetwork a criadora Christine Hyun Mi Nielsen, que criou sua casa de moda não muito depois do que julho de 2016 para integrar o calendário da alta-costura seis meses mais tarde!
Coreana de origem, a estilista de 40 anos, que cresceu na Dinamarca, em Copenhague, com sua família adotiva, não é uma estreante. Desde sempre apaixonada pela moda, depois de ter frequentado uma escola de design dinamarquesa, ela se formou em Londres, onde estudou no Royal College of Art and Design. Bem rápido, ela faz seu caminho em grandes casas de moda.
Ela trabalhou, entre outras, na Burberry, depois como responsável do Design para a Moda Feminina na Alexander McQueen em Londres e, mais recentemente, como diretora de estúdio de prêt-à-porter Feminino na Balenciaga e Givenchy, antes de decidir alçar seu voo solo.
"Adoro criar com as minhas mãos, a sensação do toque, trabalhar as roupas a partir da matéria-prima. Gosto de instaurar um diálogo com o tecido", diz a jovem, que instalou seu estúdio em Paris.
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