Abit avalia positivamente o histórico acordo de livre-comércio na OMC

Os progressos da Organização Mundial do Comércio (OMC) na busca de um tratado global de livre comércio, verificados na última sexta-feira, dia 6, durante a Conferência de Bali, podem culminar com um acordo que significaria o primeiro avanço em duas décadas nas negociações da Rodada Doha.

O entendimento abriria caminho para um consenso entre os países-membros. Segundo as regras da OMC, para alcançar um acordo dentro da entidade é preciso o consenso ­ ou pelo menos a não objeção ­ de todos os 159 países-membros.

Para Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), é positivo o acordo encaminhado pela OMC, principalmente por destravar uma rodada tão complexa como a de Doha. Trata-se de conquista importante para a credibilidade da OMC e o futuro dos acordos multilaterais. Contudo, o líder empresarial faz uma ressalva:

Dentre as vertentes do acordo, abrir o comércio é positivo, desde que as aduanas não percam o controle. Da mesma forma, é preciso ajudar os países de menor desenvolvimento relativo (PMDR), mas isso não pode ser feito às custas dos empregos e do sacrifício das indústrias de outras nações.

É preciso esse cuidado porque há situações muito peculiares. Bangladesh, por exemplo, faz parte dos PMDR, mas é um dos maiores exportadores mundiais de têxteis. É por essa razão que a ABIT vem lutando para excluir o setor têxtil da lista de produtos duty free constante do Acordo que está sendo proposto para os PMDRs, explica o presidente da entidade.

AVALIAÇÃO

Na avaliação do presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a implementação de acordos de livre comércio é poderoso instrumento para a ampliação do comércio internacional, sejam eles de tratados globais, sejam acordos bilaterais. “Infelizmente, o Brasil até o momento não tem se valido desta ferramenta e a possibilidade de sucesso das tratativas em curso na OMC produzem uma positiva expectativa a respeito. A Abicalçados já se manifestou perante o Governo brasileiro plenamente favorável ao estabelecimento de acordos com aqueles países comprometidos com o comércio leal”, declara.

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