UseFashion
8 de nov. de 2015
Abicalçados apresenta análise de cenários para indústria coureiro-calçadista
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8 de nov. de 2015
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), apresentou na noite da quinta-feira, 05, uma análise dos cenários internos e externos atuais para a indústria coureiro-calçadista, bem como uma previsão da economia para os próximos dois anos.
O evento ocorreu em Novo Hamburgo (RS) e contou com a expertise do economista e professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Unisinos, Marcos Lélis.
Para Lélis, a economia brasileira só deve retomar o crescimento a partir de 2017, pois, além de efeitos externos, o Brasil passa por um momento de ajustes importantes e necessários, que vêm sendo barrados por questões políticas: "O Brasil atual não está mais na mão de economistas, está nas mãos de políticos".
O especialista ainda traçou um panorama da crise econômica atual, chamando a atenção para a China, segunda maior economia do mundo, que passou a importar e exportar menos.
Além de China, outro mercado que tem afetado o desempenho brasileiro é a Argentina, que apresenta uma crise mais estrutural do que conjuntural. Conforme o economista, a produção industrial na Argentina vem caindo desde agosto de 2013, enquanto as exportações chegaram a registrar queda de 25% em maio deste ano.
Sobre o receio do aumento dos juros básicos nos Estados Unidos, que esteve muito perto de acontecer e que poderia provocar uma debandada de capital dos países emergentes, como o Brasil, para a maior economia mundial, Lélis é cético. "Os Estados Unidos têm uma produção industrial crescendo 1%, com uma sobra de utilização da capacidade instalada de 25% e inflação de 0,5%. Vai ser muito difícil o aumento de juros com esse quadro", frisou.
Após esse panorama não tão animador, o palestrante passou uma mensagem um pouco mais otimista, ressaltando que os ajustes vão fazer com que as empresas melhorem em aspectos de eficiência produtiva e qualificação de produto.
Além de chamar a atenção para o fato de que embora estejam havendo turbulências, os empresários ainda estão ativos, citando a grande participação no evento.
Ao final, Lélis apresentou o indicador de competitividade, criado por ele para medir o potencial de cada país. Vietnã, Itália, Portugal, Espanha e México destacam-se no cenário. Já o Brasil, que era 8º colocado em 2004, passou para a 27ª posição em 2013 – dado mais recente do indicador.
A noite foi finalizada com uma mesa-redonda com representantes da Abicalçados (Heitor Klein), da Assintecal (Ilse Guimarães) e do CICB (Cezar Müller). Os líderes setoriais debateram estratégias de crescimento em meio à crise.
A unanimidade dos representantes foi de que a crise vai tornar as empresas mais fortes, mas que é preciso enfrentar a turbulência com a agregação de valor, inovação e design. "Mesmo com a crise, existe um seleto grupo de empresas em crescimento, que são as que investem em gestão, além de atuarem em nichos especializados", frisou Klein.
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