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Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
25 de fev. de 2018
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4 Minutos
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A noite feminina da Prada

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
25 de fev. de 2018

Um desfile realmente sensacional de Miuccia Prada; político, feminista, audacioso e uma reflexão sobre o papel da moda numa época cada vez mais autoritária. O tema: o direito das mulheres de saírem à noite e serem quem quiserem.


Prada - outono-inverno 2018 - Moda feminina - Milão - © PixelFormula


E foi uma declaração muito clara da Signora Prada, que mostrou que nenhum rival lhe vai roubar o título de rainha da alta costura italiana.
 
O desfile foi celebrado na Fondazione Prada, no edifício de oito andares do centro artístico, onde as modelos desfilaram em vários andares. O espetáculo começou com uma modelo negra num coatdress em nylon preto clássico da Prada, mas numa versão acolchoada, antes de Miuccia injetar gradualmente um caleidoscópio de cor. Inicialmente, carmesi, dourado e laranja em materiais high-tech convertidos em vestidos cocktail sensuais que deixavam os ombros descobertos.

Vestidos rosa mega plissados, combinados com boleros de quadrados escoceses ou casacos de estivador sem mangas. Praticamente todos os tecidos tinham um acabamento techy, inclusive as parkas acolchoadas em tons néon. As cores eram muitas vezes deslumbrantes, especialmente por serem apresentadas numa passarela completamente negra.

Prada - outono-inverno 2018 - Moda feminina - Milão - © PixelFormula


“O problema do meu trabalho é conseguir tornar as mulheres poderosas, mas ainda assim femininas. Digo sempre às pessoas que devem ser livres para saírem à noite e mesmo assim continuarem a ser poderosas”, explicou Miuccia à FashionNetwork.com num cocktail após o desfile.
 
No final, foram apresentadas grandes parkas esportivas e casacos que eram híper-protetores, mas, ao mesmo tempo, mantinham a sua feminilidade, visto que cobriam vestidos confeccionados em materiais femininos muito básicos, como lantejoulas ou tule. A maioria dos looks foram finalizados com emblemas extravagantes – macacos pendurados em triângulos, bananas triplas ou dinossauros em pequenas gaiolas. E, numa encenação verdadeiramente brilhante, as mesmas imagens foram ampliadas 100 vezes em enormes sinais em néon colocados sobre linhas de comboio em frente à Fondazione Prada. 
 
“Esta é a minha pequena abordagem a Las Vegas. Acredito que a roupa é feita para os bons momentos. No momento em que há problemas, a moda desaparece. A exposição que estamos a fazer agora aqui é sobre Itália sob o domínio do Fascismo. Durante esse regime, a arte desapareceu”, disse Prada.

A designer referia-se a uma notável exposição, com curadoria de Germano Celant, intitulada Post Zang Tumb Tuuum, Art Life Politics: Italia 1918-1943, uma reflexão sobre a arquitetura, design, artes gráficas, escultura e pintura feitas em Itália durante o reinado de Mussolini.

“Preocupa-me aquilo que as pessoas esperam da moda, já que é tão comum obrigar-te a ir além do teu trabalho; ser sério sociológica e politicamente e além disso fazer moda. Isso é um pouco assustador. Às vezes pedem-me que faça política, mas na minha posição enquanto designer de moda rica, não posso ser útil. Por isso, pergunto-me como é que a moda pode ter uma voz sem ser superficial. A moda continua a ser muito mal considerada, mas não devia ser assim. No entanto, ainda somos considerados frívolos, mesmo quando tentamos ser honestos e credíveis”, lamentou-se Prada.

Inevitavelmente, algo da exposição infiltrou-se na coleção, nomeadamente as arrojadas cores primárias de quadros de Giacomo Balla e Umberto Boccioni, que ecoavam nos deslumbrantes vestidos cocktail. Mesmo as formas esculpidas dos casacos de nylon remetiam para as formas curvilíneas da grande redescoberta da exposição, o escultor Adolfo Wildt, famoso pela extrema suavidade e sentido dramático das suas estátuas de mármore.


Prada - outono-inverno 2018 - Moda feminina - Milão - © PixelFormula


“As minhas opiniões estão influenciando as decisões da Fondazione visto que sou eu quem a dirige, por isso o que me preocupa na arte preocupa-me na moda. O que mexe muito comigo agora é a falta de liberdade – vivemos num regime. Antes de mais, sob os regimes da China e da Rússia. E, de outra maneira, com receio de ser politicamente correto ou perder o emprego. Então, temos que estar preparados para responder à ameaça do fascismo. Os artistas têm a sensação de estar obrigados a comportar-se sob um regime. Há tantas leis, escritas e não escritas. Graças a Deus não vivemos sob o fascismo, mas há subtilezas do regime: ter sempre o cuidado de ser politicamente correto, o poder do dinheiro e do patrão e a restrição de opções. Quando as coisas ficam difíceis, até a arte desaparece, tal como acontece com a moda quando as coisas estão más. A moda e a arte criam-se em momentos positivos, por isso em momentos obscuros veem-se ameaçadas”, opinou Prada.
 
Questionada sobre o movimento Me Too, a estilista respondeu: “Há tantos anos que penso nisso. É hora de realmente fazer com que aconteça.”
 
Poderíamos listar uma série de editores presentes em Milão esta semana prontos para dizer, embora de forma anônima, obviamente, que admiram muito o êxito de Alessandro Michele na Gucci, tanto criativa como comercialmente. Porque Michele é a nova estrela da moda italiana. No entanto, no final dos seus desfiles, esses mesmos editores ainda comentam que, apesar da beleza excêntrica e opulenta da coleção de Michele, parecem todos um pouco semelhantes.
 
O que é a última coisa que se poderia escrever sobre o mais recente desfile de Miuccia Prada. Ninguém sonharia sequer com isso. Numa palavra, Miuccia Prada, a grande campeã da moda de Milão, ainda não perdeu a sua coroa. 

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